O impacto social que a energia leva às comunidades em locais remotos

mai. 29, 2023

Entrevista

Descubra os desafios do fornecimento de energia em locais isolados, os números da falta do acesso de energia no mundo (e no Brasil) e conheça o projeto pioneiro da Energisa na Vila Restauração, responsável por levar a energia elétrica e mudar a vida de uma comunidade de difícil acesso no Acre, na divisa com o Peru. 


Integrar os valores de ESG (sigla para
Environmental, Social and Governance - na tradução literal: Ambiental, Social e Governança) às estratégias das companhias tornou-se uma necessidade global do mercado de energia. A adoção das suas práticas vem ganhando força e repercussão nos debates do setor elétrico.



Como viemos abordando nas discussões do nosso Ciclo de Inovação com foco em ESG, esses critérios são capazes de gerar impacto positivo nos mais variados setores da economia e proporcionar melhorias em toda a sociedade. 


Nesta matéria vamos abordar a
transformação que a energia elétrica é capaz de fazer na vida das pessoas e, de forma ainda mais intensificada, nas comunidades em locais remotos. 

O pilar “S” do ESG

As estratégias com foco no aspecto social são capazes de gerar grandes mudanças estruturais, visto que as companhias são geridas por pessoas e as comunidades são compostas de pessoas. Desenvolver práticas em prol de responsabilidades sociais e trabalhistas, empregar ações que valorizem a colaboração, o respeito, a diversidade e a inclusão são algumas medidas fundamentais para as empresas de todo e qualquer segmento. 


Mas, o mercado de energia consegue ser ainda mais transformador na vida da sociedade e de cada indivíduo – o acesso à energia elétrica está intimamente relacionado com o cotidiano das pessoas e tornou-se fundamental para atividades essenciais como aquelas relacionadas à alimentação e à saúde, à segurança, à comunicação, ao trabalho e ao lazer, à educação e à qualidade de vida em geral. 


Você consegue se imaginar, hoje em dia, realizando suas atividades cotidianas sem a energia elétrica constante?

A falta do acesso à energia elétrica de qualidade no mundo (e no Brasil), em números

Um relatório publicado pela Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA), em 2022, apontou que existem mais de 733 milhões de pessoas no mundo vivendo sem acesso à energia elétrica nos dias de hoje. Esse número corresponde a cerca de 9% da população mundial total. Segundo o IRENA, essa estatística poderia ser menor se as comunidades que vivem em locais remotos recebessem a instalação de sistemas de energia limpa e renovável, como a energia solar. Outro problema ligado à falta de sistemas descentralizados está relacionado à alternativa que muitas regiões isoladas utilizam para a iluminação e a geração de eletricidade: o uso de fontes poluentes e caras, tais como térmicas locais a óleo diesel e equipamentos à querosene. Cabe ressaltar que essas fontes emitem maior quantidade de gases de efeito estufa. 


O relatório do IRENA traz os dados referentes à década de 2012 a 2021.  Faça o download do relatório aqui

Falando agora de futuro, a projeção para 2030 não é muito animadora. De acordo com dados do estudo Tracking SDG 7: The Energy Progress Report, lançado em 2022 e produzido pelo Banco Mundial em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pela Divisão de Estatística das Nações Unidas (UNDS), pela Agência Internacional de Energia (IEA) e pelo próprio IRENA, estima-se que 670 milhões de pessoas permanecerão sem energia elétrica até 2030. O número teve um acréscimo de 10 milhões de pessoas no comparativo com os dados de 2021. O relatório faz o monitoramento dos esforços que visam garantir o fornecimento de energia para todos até 2030, conforme ODS-7 da ONU. Acesse aqui o relatório completo.

Ainda que grande parte da população sem acesso à energia concentre-se na África, essa realidade também se faz presente na América do Sul – e no Brasil, sobretudo em locais remotos na região Norte do país. Estima-se que entre 1 e 2 milhões de brasileiros não possuam acesso à energia elétrica contínua. Esse número é calculado a partir dos dados disponíveis no último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e das distribuidoras de energia. As comunidades “menos iluminadas” estão, principalmente, em localidades isoladas cercadas pela Floresta Amazônica, nos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima. A dificuldade de acesso a essas comunidades é um dos maiores desafios para o fornecimento da energia. Grande parte dessas pessoas também não têm acesso a outros serviços básicos. 


O número de quem atualmente não possui energia elétrica de qualidade no Brasil pode até não ser grande, já que representa menos de 1% da população total do país, mas fato é que a falta do acesso à energia elétrica tem um grande impacto na vida dessas pessoas - sejam famílias ribeirinhas, residentes em reservas extrativistas e unidades de conservação, comunidades indígenas e quilombolas.

Nosso Ciclo de Inovação com o tema ESG está em vigor e visa fomentar o desenvolvimento tecnológico e de inovação através da aplicação de soluções que envolvam os aspectos ambientais, sociais e governamentais no setor elétrico, além de avaliar as tendências e perspectivas para os anos seguintes, discutir o momento das empresas brasileiras nessa jornada, seus caminhos de estruturação  e entender como a inovação pode acelerar a construção de um setor elétrico que gere um impacto mais positivo no planeta e na sociedade.


Para elucidar as discussões e favorecer a troca de experiências e a conexão de agentes estratégicos do mercado de energia com o ecossistema de inovação, trouxemos aqui um projeto pioneiro do Grupo Energisa, que foi capaz de transformar a vida de uma comunidade remota cercada pela Floresta Amazônica, através do acesso contínuo da energia elétrica. 

Estudo de Caso: Energisa leva energia limpa e renovável para a Vila Restauração, no Acre

Tomar um copo de água gelada em uma tarde quente, armazenar alimentos perecíveis com segurança, assistir a um programa na televisão ou carregar o celular quando a bateria está perto do fim parece algo cotidiano para os brasileiros - mas, até outubro de 2021, essas “simples ações” não podiam fazer parte da rotina dos moradores da comunidade da Vila Restauração, localizada em um dos locais mais remotos do Brasil, quase fronteira entre o Acre e o Peru. 


A vila fica na Reserva Extrativista do Alto Juruá e faz parte do município de Marechal Thaumaturgo, ainda que a distância entre o centro da cidade e a vila chegue a 70 quilômetros, o que equivale a um traslado de mais de sete horas de barco. Cercada pela Floresta Amazônica, a comunidade de cerca de 200 famílias ribeirinhas tinha acesso a apenas três horas de energia elétrica por dia. Cabe enfatizar que a energia disponível era gerada por um único equipamento a diesel, altamente poluente e caro, e o fornecimento era precário. O gerador era custeado pelos moradores e pela prefeitura de Marechal Thaumaturgo – e eles deviam pagar pela energia antes mesmo do seu consumo. 


Em meados de outubro de 2021, a Energisa mudou completamente a situação da comunidade. Com investimento de R$20,5 milhões, a Vila Restauração recebeu 600 painéis fotovoltaicos, baterias e geradores, fruto da parceria entre a distribuidora da Energisa no Acre e a Alsol, empresa de energias renováveis do Grupo. As obras inauguradas garantem o fornecimento ininterrupto de energia limpa, confiável e renovável, 24 horas por dia, às 170 residências do local. O excedente da energia limpa gerada é armazenado nas baterias e garante o abastecimento contínuo ao vilarejo. Além disso, o sistema é monitorado de forma remota pela companhia. 


A iniciativa da Energisa trouxe inovação e desenvolvimento sustentável na região amazônica ao unir tecnologia de ponta com baixo impacto ambiental e grande durabilidade. A chegada da eletricidade transformou a vida do vilarejo e proporcionou aos moradores da região uma melhora significativa na qualidade de vida e na segurança, aliadas ao bem estar e ao lazer. 

Com os aprendizados do projeto, esse modelo pode ser replicado em outras regiões remotas, a fim de ampliar o acesso à energia limpa no Brasil. 


Para ver mais detalhes da solução renovável implementada pela Energisa e o impacto na comunidade de Vila Restauração, assista AQUI ao documentário do projeto.

Além de disponibilizar a energia elétrica contínua para a comunidade, a Energisa também facilitou o acesso dos moradores à internet, ao firmar parceria com a operadora TIM. A Vila Restauração foi a primeira da região a receber uma antena 4G. 

Conheça o Ciclo de ESG

Alcançar a transição energética e o acesso universal à energia até 2030 é uma das metas previstas no Pacto Global da ONU. Para isso, as empresas, governos e sociedade devem trabalhar em prol da busca da eficiência através de fontes de energia com baixa ou zero emissão de carbono; da redução do impacto ambiental e do impacto econômico do custo da energia consumida; da diversificação da matriz energética e da garantia do acesso à energia de forma mais barata e não poluente, mesmo em locais remotos. 


Vamos juntos criar um impacto global positivo com empresas melhores para o mundo! 

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