Saiba mais sobre o impacto dos investimentos em ambientes virtuais imersivos para impulsionar a inovação no setor de energia.
Após Mark Zuckerberg anunciar a reformulação do Facebook (agora Meta), de uma rede social para uma empresa “metaverso”, houve um bombardeio de notícias relacionadas ao tema. Apesar do aspecto de novidade, a aposta em um ambiente virtual imersivo, coletivo e hiper-realista já vem sendo feita por outras grandes empresas como Nvidia, Sony, Accenture e Microsoft há algum tempo. E o setor de energia não está atrás.
Empresas de energia e tecnologia do setor elétrico já encaram o poder da simulação como um divisor de águas, a partir do uso de dados, inteligência e experiência de investimentos na emergência de Digital Twins para acelerar inovação e otimizar performances.
De acordo com relatório da Markets and Markets, plataforma de pesquisa de mercado, o mercado global de Digital Twins no setor elétrico está projetado para atingir $1,3 bilhões até 2026, de uma estimativa de $0,8 bilhão em 2021. A crescente necessidade de integração de energia renovável com a rede e descentralização de recursos de energia distribuída são os principais impulsionadores do mercado de gêmeos digitais no setor.
Digital Twins é uma representação digital de um ativo físico, processo ou sistema, bem como de informações de engenharia, que permite entender e modelar melhor o desempenho. Com o digital twins, empresas de energia atendem necessidades que vão desde plataformas de treinamento, bancos de testes, a planejadores de projetos e previsões econômicas. Esse último com o objetivo de reduzir gastos com multas por quedas de energia, uma vez que a tecnologia permite melhor controle sobre a infraestrutura.
Um exemplo prático é a Enel, primeiro grupo a lançar um laboratório de inovação para apoiar a pesquisa e o desenvolvimento dessa tecnologia. Com a Haifa Infralab, criada em 2018, a empresa desenvolveu um modelo digital de rede, que combinou o uso de Inteligência Artificial a dados operacionais reais, obtidos com várias formas de tecnologia, até mesmo com escaneamento por drones.
Desta maneira, com o seu Network Digital Twins, a empresa pode otimizar a gestão da rede, simulando operações que oferecessem análises e ensaios em todas as condições possíveis. Além de ofertar a manutenção preventiva e estabelecer novas maneiras de interação com as equipes na operação.
Outra empresa atuante do setor, a Accenture, parceira do Energy Future, usa digital twins com IA para otimizar ferramentas de gestão em seus ecossistemas de inovação com fornecedores e clientes. As ferramentas possibilitam a identificação dos problemas mais críticos, durante o desenvolvimento do produto, ao fornecer informações e assistência proativas.
As representações digitais propostas com digital twins e metaverso diferem em aspectos importantes. Para a integração dos dois universos é importante desmascarar alguns mal-entendidos como, por exemplo, de que objetos virtuais digitalizados no metaverso são gêmeos digitais. Um objeto digitalizado pode ser a fachada de um gêmeo digital. Mas, para se tornar um verdadeiro digital twin, é preciso que sejam incorporados metadados reais e feeds de dados ao vivo de sensores sobrepostos, simultaneamente.
De acordo com o Geoffrey Cann, especialista no tema de inovação digital no mercado de óleo e gás, em seu blog “Accelerating Digital Energy”, há características que vão diferenciar estratégias do metaverso e digital twins:
Se há diferenças entre o industrial digital twins e o metaverso do consumidor, há também oportunidades de conjunção. Os blocos de construção de software, mecanismos e ferramentas usados para criar o metaverso (na projeção de edifícios, traços de estradas e pontes virtuais, animação de avatares humanos, gamificação de atividades, e comercialização de bens) podem ser implantados para criar configurações de gêmeos digitais.
Isso significa que cada vez mais empresas vão construir espaços virtuais imersivos (metaversos), que permitirão os funcionários colaborarem virtualmente, usando digital twins em bate-papos, e-mails, videochamadas, reuniões presenciais, visitas técnicas e até mesmo na operação mais crítica.
Em 2002, a NASA cunhou o termo “gêmeo digital” para descrever “uma cópia digital de um objeto físico: mecanismo, construção ou conceito baseado na realidade”. Para se criar digital twins de um local ou de uma pessoa, sensores precisam ser colocados no espaço físico para medir temperatura, umidade, tráfego de pedestres, frequência cardíaca, entre outras necessidades.
As oportunidades são vastas. Mas liga o alerta sobre a exposição das informações. Quaisquer dados transmitidos para gêmeos digitais precisam ser criptografados e protegidos. Edifícios provavelmente conteriam plantas e mapas dos interiores. Além de dados pessoais, que poderiam estar mais vulneráveis e, portanto, necessitam de maior cobertura de proteção.
A proposta por um aumento de monitoramento pode ser desanimadora para aqueles que apostam na natureza descentralizada do metaverso. No entanto, se o metaverso for hospedado por milhões de usuários em uma rede blockchain, ataques de hackers poderiam ser mais difíceis, levando em conta que um servidor centralizado estaria mais suscetível às ameaças cibernéticas.
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