Coordenador de P&D e inovação da Light, José Tenório Barreto Júnior, entende que parceria com o Energy Future pode contribuir na superação da crise do coronavírus.
O Energy Future conversou com o coordenador de P&D e Inovação da Light, José Tenório Barreto Júnior, integrante de nova gerência, que engloba a área de inovação da empresa.
Responsável pelo fornecimento de energia elétrica na cidade carioca e em boa parte do estado do Rio de Janeiro, a Light aposta em soluções inovadoras, que gerem segurança e eficiência, para contornar o cenário de desafios impostos pela crise do coronavírus.
Com mais de 300 projetos já concluídos em parcerias com academia e startups, a empresa tem a inovação como aliada às medidas de combate à pandemia e de aprimoramento dos serviços.
Leia a entrevista completa.
A Light tem uma grande equipe, que está direto no campo, cumprindo um serviço essencial, que é não deixar a luz faltar. Assim, temos atuado com planos de contingência para agir nesse momento. A empresa está focada em soluções.
Para se ter uma ideia, os profissionais com função administrativa passaram a trabalhar de forma remota, em suas casas, de acordo com as determinações do Ministério da Saúde, e aqueles que não podem deixar de atuar nas ruas passaram a adotar novos hábitos e cuidados na realização de seus trabalhos, como a utilização constante de álcool em gel, por exemplo.
O maior impacto é na distribuição, na qual temos nosso pessoal de campo, que trabalha diretamente com o atendimento. Com isso, a empresa tem um trabalho redobrado de cuidado. A geração em si sofre menos impacto.
Já estamos atuando com algumas ações de P&D, que possam auxiliar a questão do coronavírus, não do vírus em si, mas do impacto dele no dia a dia dos trabalhadores da Light. Temos conversado com algumas empresas, até mesmo startups, sobre algumas ferramentas que ajudem o pessoal de campo a uma interação melhor.
Os projetos de P&D, que estavam em andamento, continuam sendo tocados. Grande parte das empresas executando em home office. Os projetos que envolvem o trabalho em campo, nós revisamos o programa e, dentro do cronograma, temos feito uma análise das atividades sem interdependência para antecipar fases possíveis.
Já os projetos prospectados, temos trabalhado de forma intensa na organização dos projetos para serem aprovados. Assim, quando esse momento passar, já teremos uma boa demanda de projetos para entrarem no circuito.
Por exemplo, nós temos um projeto, que estamos antecipando as etapas, que seria de “autoleitura”. Qual é a proposta? A ideia é mitigar a exposição dos nossos colaboradores e dos próprios clientes em relação a atividade de medição e consumo neste período (leitura dos relógios/medidores).
O próprio cliente poderia fazer a sua leitura e enviar para a Light para que façamos a análise, com o uso de ferramentas adequadas. Sem dúvida, a ação desse projeto poderia reduzir a exposição de todos e sobretudo ter mais uma garantia para o faturamento correto e preciso da conta do cliente.
Vivemos uma mudança de paradigma. Por isso, acredito ser um bom momento para a reflexão nos temas da chamada do Energy Future pelos proponentes. Eu não gostaria de cercear ideias de temas, mas eu digo que há muitos desafios no setor que devem ser observados nesse momento. E quem quer propor projeto para o Energy Future precisa pensar em como ajudar as concessionárias nessa virada mundial.
Nós atuamos no Rio de Janeiro, onde há muitas comunidades. E, especialmente, agora gera desafios para a área de energia e social, que poderiam estar sendo pensados pelos projetos, contribuindo com a Light para que possamos ajudar esse público, que é também nosso consumidor.
“Acredito ser um bom momento para a reflexão nos temas da chamada do Energy Future pelos proponentes.”
Os projetos de startups que possuem maior aderência com o setor elétrico são da área de TI: ferramenta computacional, inteligência artificial… mas a maior carência que eu vejo está no conhecimento técnico de equipamentos, com novas soluções de ferramentas de campo. Não vejo muitas startups com esse perfil. E confesso não entender o porquê, uma vez que escolas de engenharia elétrica e mecânica também deveriam ser fonte de talentos para empresas de base tecnológica.
A regulação já está sendo revisada pela ANEEL. A nossa expectativa é que tivéssemos um novo manual no início de 2021. Em decorrência desse cenário, certamente, isso vai sofrer algum atraso. Mas já existe no forno um novo modelo, construído e já discutido em audiências públicas. Pode ser um caminho bem interessante de mudança de paradigma, que fomente a maior participação das startups.
Em um primeiro momento, foi positivo. Na época da criação da Lei 1991, havia muitas privatizações no Brasil, e a lei veio para proteger a engenharia, a ciência nacional com um recurso regulado. Foram criados vários fundos, em diferentes setores, com esse objetivo.
Com o tempo, as empresas ficaram mais maduras em relação à inovação, sabendo da importância do investimento, independente de verba regulada. Há vários exemplos de empresas do setor elétrico com diretorias de inovação e investimento além do regulado para esse fim.
“Estamos chegando a um momento, que você não precisará obrigar ninguém a investir em P&D, a investir em inovação.”
Então entendo que esse amadurecimento veio graças à semente plantada lá atrás pela lei. E estamos chegando a um momento, que você não precisará obrigar ninguém a investir em P&D, a investir em inovação, porque isso hoje passa por um fator de competitividade no Setor.
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