Gerente de Inovação e Projetos Estratégicos da Votorantim Energia, Helena Velloso, destaca a necessidade de novas parcerias para o crescimento do ecossistema de inovação do setor elétrico.
Com um consolidado portfólio em comercialização e geração de energias renováveis, a Votorantim Energia investe em inteligência, inovação e tecnologia para fortalecer estratégias de crescimento no mercado de energia.
Atenta aos atuais desafios do setor elétrico, a empresa aposta na atuação com parceiros, que estejam engajados no fomento à inovação. O objetivo é criar uma rede para discussão de ideias, projetos e possibilidades para o futuro.
Em entrevista ao Energy Future, a gerente de Inovação e Projetos Estratégicos da Votorantim Energia, Helena Velloso, fala sobre o trabalho da área de inovação da VE e oportunidades de evolução do ecossistema de inovação do setor de energia elétrica.
Como uma empresa que atua promovendo inovação, como você analisa o ecossistema de inovação nacional no setor elétrico?
Nosso ecossistema está em fase de desenvolvimento e tem mostrado resultados bem interessantes nos últimos anos. É importante destacar que evoluímos muito, principalmente no desenvolvimento de tecnologias que habilitam novas formas de operação do sistema elétrico, como por exemplo, uso de técnicas avançadas de inteligência artificial e machine learning para manutenção preditiva e redução de custos em termos de manutenção. Nossa relação com o meio acadêmico, centros de pesquisa e universidades, foi fundamental para o desenvolvimento das inovações em seus primeiros elos da cadeia.
Mas podemos ir além. Agora é o momento de buscarmos a evolução em termos de modelos de negócio mais competitivos, que coloquem os clientes no centro do desenvolvimento de novos produtos e serviços e que habilitem a criação de um motor de desenvolvimento de inovação, que eleva a qualidade da pesquisa e entrega ao mercado resultados consistentes. O desenvolvimento de parcerias, que vão além das universidades e centros de pesquisa, é fundamental para o crescimento do ecossistema e as startups assumam um papel fundamental para atingirmos esse patamar.
O desenvolvimento de parcerias, que vão além das universidades e centros de pesquisa, é fundamental para o crescimento do ecossistema e as startups assumam um papel fundamental para atingirmos esse patamar.
Qual é a orientação estratégica adotada pela área de inovação em relação aos projetos de P&D e de startups? Essa visão mudou com os impactos da Covid?
Na Votorantim Energia, nossa tese de inovação, tanto para os projetos com startups, quanto para o desenvolvimento de projetos de P&D, é sustentada em três direcionadores estratégicos principais:
A COVID-19 não causou impactos em nossa estratégia, que se manteve ativa e buscando resultados que gerem valor positivo aos nossos negócios.
Quais são, hoje, as maiores dores de uma área de inovação em uma empresa como a Votorantim Energia?
O setor de energia tem se transformado muito nos últimos anos, com forte inserção de renováveis, alto uso de tecnologia e maior desafio com a sofisticação e digitalização das informações e soluções. Os consumidores estão cada vez mais ativos dentro das cadeias de valor e sensíveis a ofertas de maior valor agregado. Com isso, encontramos uma série de desafios para promover inovação, que gere impacto em longo prazo. Nosso trabalho tem se direcionado a responder algumas perguntas-chave:
• Como proteger as iniciativas de impacto e disrupção da concorrência com as iniciativas do core business?
• Como as tendências de mudança impactarão os atuais modelos de negócio?
• Como identificar e atuar em segmentos onde o valor está sendo criado, tanto dentro como fora de minha indústria?
• Como tornamos a tomada de decisão e a execução de projetos ágil para respondermos rápido às demandas do nosso mercado/clientes?
• Que capacidades precisam ser desenvolvidas para criar um ecossistema sustentável que propicie inovação contínua e de impacto para o desenvolvimento de novos modelos de negócio?
O ambiente no setor elétrico nacional ainda é considerado muito tímido para iniciativas de startups, ou mesmo iniciativas mais avançadas na cadeia de inovação. Na sua análise, a que se deve essa falta de participação dos empreendedores?
Estamos em fase de evolução do ecossistema de inovação do setor de energia. Historicamente, existiam poucos veículos para o financiamento da inovação no setor, sendo em alguns casos responsabilidade exclusiva do P&D ANEEL.
Por muitos anos, as regras impostas para o uso do recurso de P&D, bem como um mercado bastante regulado e com pouca competitividade, dificultavam a inovação em fases mais avançadas, por favorecerem mais a pesquisa básica e aplicada, majoritariamente realizadas em ambiente acadêmico no Brasil e fundamentais para o avanço que enxergamos hoje.
Com a evolução dos regulamentos do programa e das transformações no setor – baseadas na digitalização, descentralização, descarbonização, eletrificação e, principalmente, aumento de competitividade e abertura do mercado livre – a participação de atores, como startups, passou a ser mais necessária e importante para a evolução do mercado. Neste contexto, elas passam a exercer um papel fundamental para o desenvolvimento de projetos em fases mais avançadas da cadeia de inovação do setor.
A evolução da participação de startups é natural e está diretamente ligada à evolução do ecossistema. É preciso fortalecer os investimentos e tornar o mercado atrativo para empreendedores e investimentos de maior risco associado.
Como você avalia a aplicação do recurso de P&D, de forma regulada, para a inovação do setor?
Como disse anteriormente, o P&D ANEEL foi e continuará sendo um importante veículo de evolução do setor de energia. A regulação é necessária e fundamental para o melhor controle e uso adequado dos recursos e vem evoluindo ao longo do tempo e permitindo que mais e mais projetos sejam executados.
É preciso continuar buscando evoluções para que o programa possa avançar em termos de impacto, além da já produção científica massiva, de ótima qualidade, porém que pouco avança para aplicações reais e desenvolvimento de produtos e serviços.
Para que o conceito de inovação seja de fato incorporado em sua plenitude, é preciso que se criem mecanismos que incentivem a tomada de riscos e consequentemente o desenvolvimento de projetos em fases mais avançadas da cadeia de inovação. Criar uma maior proximidade com a indústria, startups, com diversas entidades executoras, focando no desenvolvimento de novos produtos, serviços e modelos de negócio, pode de fato alavancar a inovação no Brasil e alavancar positivamente os resultados do P&D ANEEL.
Na sua opinião, o que não pode faltar a um empreendedor que deseja inovar no setor de energia?
Resiliência, conhecimento do mercado e dos regulamentos do setor e uma certa dose de audácia para explorar caminhos diferentes dos que tradicionalmente são explorados. Precisamos de empreendedores que busquem de fato a transformação e que consigam explorar as inúmeras oportunidades existentes em nosso setor e que se ampliarão ainda mais com a abertura cada vez maior do mercado livre de energia.
Precisamos de empreendedores que busquem de fato a transformação e que consigam explorar as inúmeras oportunidades existentes em nosso setor.
Quais são as expectativas da VE em relação ao Energy Future?
O Energy Future está incorporado à nossa estratégia de inovação, como importante veículo de engajamento com o ecossistema de inovação, nos auxiliando na prospecção de projetos, desenvolvimento de parcerias com startups, universidades e centros de pesquisa, mapeamento de tendências que possam transformar o setor, desenvolvimento de novos produtos, serviços e modelos de negócio. E para consolidar o nosso posicionamento como empresa inovadora e ser reconhecida como a melhor empresa do setor de energia pelos nossos clientes, nossos acionistas, nossos colaboradores e nas comunidades que atuamos, entregando resultados sustentáveis e admiráveis.
Para se aprofundar sobre o trabalho realizado pela área de inovação da Votorantim Energia, clique aqui para ser redirecionado à página da empresa no portal do Energy Future.
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