Crises potencializam ainda mais uso de dados

fev. 22, 2022

O setor elétrico já pode contar com uma plataforma exclusiva para facilitar e agilizar as trocas entre fornecedores de soluções tecnológicas e utilities de energia.

Tecnologia

O coronavírus levou um planeta inteiro à quarentena e paralisou a economia global, enquanto os países ainda tentam se adequar aos aos impactos da pandemia. Nos vácuos deixados por alguns governos em um cenário de crise, negócios precisam cada vez mais de dados que orientem na tomada das melhores decisões.


No contexto do setor elétrico, as empresas, responsáveis pelo serviço vital de fornecimento de energia elétrica à população e à indústria, lidam com a complexidade de um extenso território, que requer ainda mais processamento de dados para orientar, automatizar e integrar custos e serviços.


Enquanto a crise da Covid-19 evidencia os riscos de fake news e palpites, também reforça o papel do Big Data para resolver o caos da desinformação e incertezas. Dados usados de forma correta “ajudam a gerenciar respostas contínuas e a criar roteiros de ações para novas crises”, como afirma o articulista de tecnologia da Forbes, Tony Bradley.

Afinal, o que é Big Data?

Quem trabalha com tecnologia e inovação já se defrontou com o termo Big Data. Ainda que a expressão seja popular, fica a dúvida do entendimento claro do que é e por que é tão importante a criação de projetos focados na gestão estruturada dos dados.


O termo "Big Data" refere-se a dados tão grandes, rápidos ou complexos que são difíceis ou impossíveis de processar usando métodos tradicionais. 


O ato de acessar e armazenar grandes quantidades de informações para análise não é de hoje. Mas o conceito de Big Data ganhou força no início dos anos 2000, quando o analista do setor Doug Laney articulou a atual definição de Big Data como os três Vs:


Volume: as organizações coletam dados de várias fontes, incluindo transações comerciais, dispositivos inteligentes (IoT), equipamentos industriais, vídeos, mídias sociais e entre outras formas. No passado, armazená-lo teria sido um problema, mas o armazenamento mais barato em plataformas como data lake e Hadoop diminuiu a carga.


Velocidade: com o crescimento da Internet das Coisas, os dados passam para as empresas a uma velocidade sem precedentes e devem ser tratados em tempo hábil. Tags RFID, sensores e medidores inteligentes estão aumentando a necessidade de lidar com esses torrents de dados em tempo quase real.


Variedade: os dados são fornecidos em todos os tipos de formatos - de dados numéricos estruturados em bancos de dados tradicionais a documentos de texto não estruturados, e-mails, vídeos, áudios, dados de cotações de ações e transações financeiras.

A empresa americana SAS, pioneira em business intelligence e aplicativos analíticos, descreve o termo Big data como “o grande volume de dados - estruturados e não estruturados - que inunda uma empresa no dia a dia”.


O Big Data, portanto, seria uma fonte para obter informações, que resultem em melhores decisões e movimentos estratégicos de negócios, não sendo a quantidade de dados o mais importante e sim o que as organizações estariam dispostas fazer com esses dados. Assim, a empresa SAS incorporou mais dois Vs:


Variabilidade: os fluxos de dados seriam imprevisíveis, mudando frequentemente e variando bastante. As empresas precisam lidar com o desafio de saber quando algo está em alta nas mídias sociais e como gerenciar as cargas de dados de pico diário, sazonal e acionado por eventos.


Veracidade: quanto à qualidade dos dados. Como os dados vêm de muitas fontes diferentes, seria difícil vincular, corresponder, limpar e transformar dados nos sistemas. As empresas precisam conectar e correlacionar relacionamentos, hierarquias e múltiplas ligações de dados para que não saia do controle.

Para além das estrelas

A imensidão de dados gerados hoje e as perspectivas no futuro tornam a alfabetização dos dados mais importantes a cada dia. Do bit, gigabyte ao yottabyte (1000⁸ bytes), último valor na atual escala, refletem as dimensões estratosféricas alcançadas pelo universo digital, que deve atingir 44 zettabytes (1000⁷) em 2020.


Se esse número estiver correto, significa que existe hoje 40 vezes mais bytes que estrelas no universo observável.


Destaque: “Existe hoje 40 vezes mais bytes que estrelas no universo observável.”


A empresa Raconteur, especializada em data jornalismo e infográficos, deu uma estimativa dos colossais números de dados alcançados diariamente:

500 milhões de tweets

294 bilhões de e-mails

65 bilhões de mensagens no WhatsApp

5 bilhões de pesquisas (sendo 3,5 bi no Google)

4 petabytes de dados no Facebook


O Big Data no setor elétrico

No setor elétrico o conceito de Big Data está muito associado ao medidores inteligentes, ou seja, a instalação de grandes sistemas de sensoriamento e aquisição de dados. Mas experiência de setores como varejo e telecom amplia perspectivas de potenciais usos da inteligência de dados.


E aplicação de Big Data passa a se estender a toda cadeia energética: da geração à comercialização de serviços, criando oportunidades nos fluxos do setor e das empresas. 

Algumas das aplicações já realizadas dão mostra das inúmeras possibilidades:


Redes inteligentes com controles automatizados garantem maior eficiência, qualidade e segurança da rede;


Geração distribuída, que assegure balanço de dados de oferta e demanda;


Gestão de clientes, possibilitando melhor compreensão do perfil de consumo, comportamentos e necessidades dos diferentes segmentos;


Gestão das equipes, que trabalham em campo, possibilitando maior produtividade, por meio de soluções tecnológicas com gestão integrada e em tempo real dos serviços;


Simplificação e automação de processos, a partir de diagnósticos específicos e aprofundados.

O impacto do Big Data, portanto, já se faz presente no setor elétrico brasileiro. As empresas entendem sua importância e investem em soluções inovadoras, que gerem melhor desempenho, qualidade e segurança dos seus serviços.


Startups e empreendedores que apostam em ideias e produtos para processos mais eficientes das empresas, alinhados às requisições da agência reguladora do setor, sairão na frente para possíveis parcerias.



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